Imagem Interdisciplinaridade e a formação integral do estudante

28 de novembro de 2025

Interdisciplinaridade e a formação integral do estudante

Autores: Yoná Soares Rodrigues Arrifano e João Paulo Staconi

DOI: 10.22167/2675-6528-2024074
E&S 2025, 6: e2024074

O objetivo da educação básica é promover a formação integral do estudante, desenvolver autonomia e incorporar valores universais, como ética, justiça social, liberdade, sustentabilidade, pluralidade e democracia, em consonância com os objetos do itinerário formativo do novo ensino médio[1].

A função do conhecimento é oferecer ferramentas para a prática, além de investigar o homem a partir de suas ações e não de sua essência. Para isso, o caráter interdisciplinar no contexto escolar exerce um papel importante[2]. O objetivo deste estudo é analisar as proposições de estratégias interdisciplinares escolares, como forma de oportunizar uma formação integral do cidadão.

Este artigo trata de uma pesquisa descritiva, com abordagem qualitativa. O procedimento metodológico adotado foi o estudo de caso, fundamentado em Lüdke e André[3]. A pesquisa ocorreu em uma escola privada da cidade de São Paulo, instituição católica que atua há mais de 70 anos e que, dentro dessa tradição, conta atualmente com docentes que desenvolvem projetos interdisciplinares, além da implementação do novo ensino médio e dos itinerários formativos previstos na Base Nacional Comum Curricular (BNCC)[4].

A instituição apresenta uma proposta de educação humana, integral e participativa socialmente, que atende ensino infantil, fundamental e médio nos períodos da manhã e da tarde, além do supletivo noturno, com cerca de 3.500 alunos.

A coleta de dados teve como alicerce a análise documental, formada pelo Projeto Político-Pedagógico (PPP) da instituição e pela BNCC. Para identificar as práticas didáticas, foram considerados ainda documentos técnicos, entre eles projetos pedagógicos dos docentes e portfólios de atividades.

Para a análise documental, o procedimento metodológico prevê alguns passos. O primeiro consiste na definição do tipo de documento a ser analisado, seja oficial, técnico ou pessoal. O segundo momento corresponde ao exame das documentações obtidas, com investigação do conteúdo simbólico das mensagens, seguido do registro e da categorização das informações[3]. Para o desenvolvimento da pesquisa, foram consideradas três etapas, apresentadas no Quadro 1.

Quadro 1. Etapas do projeto de pesquisa

EtapaDescrição
Delimitação do temaDefinição da escola e dos documentos a serem coletados.
Coleta dos documentos e análiseFoco na relação entre a formação integral do estudante e a interdisciplinaridade.
Interpretação dos dadosEscrita do artigo científico.
Fonte: Dados originais da pesquisa.

Se o alvo da educação básica é a formação do cidadão, a fragmentação das disciplinas – resultante da ruptura entre a prática real e o discurso teórico – compromete a atuação da instituição e dos docentes. Esse cenário mantém um exercício conservador, mesmo quando sustentado por um discurso crítico e esclarecido[2], o que dificulta a formação integral e a recuperação dos estudantes com menor rendimento, conforme previsto na Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB)[5].

A interdisciplinaridade pressupõe a interação entre disciplinas, com comunicação e complementação de ideias, conceitos, metodologias e procedimentos, cujo objetivo é a unidade do saber, sem fragmentação disciplinar[5]. Embora considerada utópica, essa abordagem atende às exigências fundamentais do progresso humano e constitui meta ideal de todo saber[6].

Beraza[7] estabelece uma metáfora entre dança e ensino, em que o poder de uma coreografia se equipara à prática educativa. Uma boa coreografia pode elevar o desempenho de dançarinos medianos a uma apresentação digna, ao mesmo tempo em que define as condições do cenário e orienta o desenvolvimento da atividade.

De forma análoga, a relação entre instituição, docentes, práticas didáticas e discentes configura uma dinâmica que requer planejamento e ajustes, pois exerce papel central no desenvolvimento e na formação do estudante. Caso a organização apresente falhas, como assegurar os objetivos do ensino e os direitos do estudante previstos em lei?

Relacionar as disciplinas do currículo escolar, bem como as atividades didáticas, revelou-se uma dificuldade entre instituição e docentes, o que produziu uma educação para os discentes estanque, em que cada disciplina parecia isolada e com objetivo próprio[2].

Apesar disso, o trabalho interdisciplinar ocorre em algumas trilhas[8], como na arte, cuja prática envolve estudo e fruição relacionados à expressão, à empatia frente a diversas culturas, à comunicação direta entre fazer artístico e contexto histórico, à cidadania, ao pensamento abstrato e matemático, entre outras dimensões, o que transforma experiências em objetos do conhecimento.

Ainda assim, a arte nas instituições de ensino muitas vezes desempenha papel subordinado em relação a outras áreas do conhecimento e constitui subsídio inferior para o ensino de conteúdos distintos[8].

Freire[9] associa a educação às sociedades humanas e afirma que não há homem no vazio. O que torna o homem um ser social é sua condição de sujeito integrado ao espaço e tempo em que vive. Essa integralidade permite a visão do todo e confere papel de influência e transformação; ao contrário da acomodação que coloca o homem em posição de defesa, adaptação e ajuste, o ser integrado possui ferramentas capazes de alterar a realidade.

A dinamização do mundo depende diretamente das relações do homem com sua realidade, da apropriação dos assuntos fundamentais – não fragmentados, mas integrados – e da admissão das empreitadas. A educação só é libertadora se coloca o educando na experiência, na análise dos problemas e transforma conhecimento em ação[9].

Para superar a fragmentação das políticas educacionais em nível nacional, bem como garantir, além do acesso e permanência das crianças e adolescentes na escola, um patamar comum de aprendizagem a todos os estudantes do Brasil[8], a BNCC foi homologada em dezembro de 2017 pelo Ministério da Educação.

O documento define um conjunto de aprendizagens essenciais que todos os estudantes devem vivenciar ao longo da jornada na educação básica e garanta desenvolvimento pessoal, aprendizado de qualidade e formação integral e humana dos discentes, que, orientados por princípios políticos e éticos, buscam uma sociedade democrática, inclusiva e justa[4].

As várias áreas do conhecimento são permeadas e relacionadas às dez competências demonstradas pelo Quadro 2, com base na intercessão dos conteúdos de cada componente curricular de maneira interdisciplinar, sempre com foco no desenvolvimento integral dos alunos e promove a construção do conhecimento de forma ampla e relevante. Com esse propósito, a articulação entre os ciclos, além dos componentes curriculares e disciplinas, torna-se indispensável para que essas competências sejam plenamente vivenciadas.

Marques[10] aponta que a valorização do conhecimento científico atribui sentido e significado aos conteúdos, e essa mediação deve ocorrer de maneira não fragmentada e interdisciplinar, o que garante a valorização do pensamento científico desde o ensino infantil. Dentre as dez competências gerais propostas pela BNCC, destacam-se seis delas, mais inclinadas ao pensamento científico – números 1, 2, 4, 5, 7 e 10 – o que representa uma quantidade relevante de saberes dedicada à atribuição de sentido à realidade[10].

Quadro 2. Competências gerais da BNCC

CompetênciaDescrição
1ConhecimentoValorizar e utilizar os conhecimentos sobre o mundo físico, social, cultural e digital
2Pensamento científico, crítico e criativoExercitar a curiosidade intelectual e utilizar as ciências com criticidade e criatividade
3Repertório culturalValorizar as diversas manifestações artísticas e culturais
4ComunicaçãoUtilizar diferentes linguagens
5Cultura digitalCompreender, utilizar e criar tecnologias digitais de forma crítica, significativa e ética
6Trabalho e projeto de vidaValorizar e apropriar-se de conhecimentos e experiências
7ArgumentaçãoArgumentar com base em fatos, dados e informações confiáveis
8Autoconhecimento e autocuidadoConhecer-se e compreender-se na diversidade humana, bem como apreciar-se
9Empatia e cooperaçãoExercitar a empatia, o diálogo, a resolução de conflitos e a cooperação
10Responsabilidade e cidadaniaAgir pessoal e coletivamente com autonomia, responsabilidade e flexibilidade
Fonte: Resultados originais da pesquisa.

Isto posto, se as disciplinas escolares não constituem um fim, mas um meio para a educação, o trabalho coletivo e interdisciplinar representa um caminho para a formação integral do estudante. Qual é o papel da gestão nesse processo e de que forma a elaboração dos documentos oficiais escolares e normativos, por isso estabelecidos, influencia tanto os docentes quanto a gestão na construção dessa ação interdisciplinar integralizada?

A formação do professor, nesse cenário de projeto único e integral, envolve tanto a busca individual de reelaboração dos saberes e práticas do docente quanto a proposição da gestão escolar para a formação contínua dos colaboradores. Trabalhar o conhecimento na dinâmica do mundo globalizado e multicultural requer permanente formação e ressignificação identitária do docente, e a gestão atua como papel catalisador na transformação do professor em sujeito da ação. A gestão democrática e as práticas curriculares participativas tornam-se necessárias no processo de integralização dos conteúdos, o que resulta na ruptura da fragmentação dos saberes[2].

A estrutura pedagógica corresponde à forma como o ensino na instituição é organizado e praticado. Fazem parte dela o PPP, o currículo – que define os conteúdos e habilidades que os alunos devem percorrer ao longo do processo de ensino-aprendizagem –, os métodos de ensino, os recursos didáticos e os padrões utilizados pela unidade escolar para medir o desempenho dos discentes.

Essa estrutura precisa ser coerente, pois não é possível propor no PPP uma visão humanista da educação, que visa à não fragmentação do conhecimento e à formação integral do estudante, se o currículo permanece dividido em disciplinas e os critérios avaliativos se restringem a provas, sem considerar atividades formativas e contínuas.

A escola escolhida para análise documental, em sua missão, propõe no PPP a aprendizagem do educando por meio da atuação cidadã, construção e transformação de saberes, permeados por valores cristãos, com vivências coletivas e reflexão de si com o outro, e forma cidadãos éticos, críticos e solidários, com responsabilidade social e transformadora para alcançar a referência de instituição de ensino apresentada na visão.

É notório que o propósito do colégio está alinhado com a BNCC, ao apresentar orientação educacional baseada em princípios éticos, estéticos e políticos, voltada à construção de uma sociedade íntegra, democrática e inclusiva, por meio da formação integral do cidadão[4]. O PPP da unidade educacional analisada neste trabalho divide-se em três capítulos, e sua estrutura está apresentada no Quadro 3.

Quadro 3. Estrutura do PPP da unidade educacional estudada

EtapaDescrição
Marco filosóficoDividido em declaração da congregação das irmãs, carisma educacional, missão, visão e espiritualidade
 Marco situacionalConsidera os aspectos sociais, econômicos, políticos, religiosos, ambientais e culturais que regem a contemporaneidade
Marco propositivoInclui concepção de educação, educação para e pela cidadania plena, papel político e educacional do colégio, visão de conhecimento, currículo, subjetividade, protagonismo estudantil, gestão participativa, professor mediador, sociedade em rede e suas relações, tecnologias digitais da informação, comunicação e aprendizagem, e relação entre escola e família
Fonte: Resultados originais da pesquisa.

O PPP dessa instituição firma compromisso de construir o conhecimento a partir da aprendizagem significativa, não linear, e permite a emergência da criatividade e a resolução de problemas. O currículo constitui um documento organizado para a ação pelo viés da transdisciplinaridade, rompe barreiras disciplinares e constrói uma ciência pluridimensional.

A interdisciplinaridade constitui um processo que conduz do múltiplo ao único e não se limita à justaposição de saberes, mas corresponde a uma unidade maior que a soma das partes, semelhante a um organismo biológico cujas partes visam o mesmo fim.

A educação interdisciplinar exerce papel decisivo na condução de uma educação orientada pela sabedoria, coragem e humanidade. Por essa razão, a educação deve assumir caráter transdisciplinar, que articula diversos elementos cognitivos e valorativos em uma realidade igualmente complexa[2].

Esses documentos, que estruturam a pedagogia, não podem ser considerados apenas burocracias; são planos de ação que devem alinhar-se à comunidade escolar, aos recursos financeiros e humanos, e às expectativas e objetivos da instituição de ensino. Esse plano de ação só possui sentido quando se remete aos sujeitos e às relações construídas com eles[11].

Quando o plano de ação não se articula aos documentos normativos ou aos elaborados pela escola, toda a responsabilidade de uma proposição interdisciplinar recai sobre os professores, em projetos paralelos, que muitas vezes não têm acesso ao PPP da unidade escolar.

A gestão tem papel fundamental na integração da estrutura pedagógica, de modo que uma proposição apoie a outra, como a BNCC e os currículos que apresentam tarefas complementares para garantir as aprendizagens em cada etapa da educação básica e as ações que materializam esses aprendizados[4].

Quando a gestão atua com a intencionalidade de construir uma escola coesa em suas escolhas didáticas, ajusta a BNCC à realidade local e considera as características dos estudantes. Nesse processo, diversas decisões são necessárias, entre elas a participação das famílias e da comunidade educativa.

Essas ações, evidenciadas no documento introdutório da BNCC[4], demonstram necessidade de contextualizar os conteúdos das disciplinas, torná-los significativos para os estudantes, promover ações interdisciplinares entre os componentes curriculares, estabelecer ferramentas avaliativas formativas, apoiar o processo de ensino e aprendizagem com materiais de orientação para os professores e manter procedimentos contínuos de formação docente.

À gestão cabe a construção de um currículo integrador, o fomento às práticas interdisciplinares e a formação de professores para o pleno exercício da docência, de modo a manter uma escola comprometida com a formação integral do discente[12].

A análise dos documentos elaborados pelos docentes evidenciou que ambos adotam a interdisciplinaridade como eixo orientador para o alcance dos objetivos pedagógicos definidos pelos educadores e pela instituição de ensino, como descrito no PPP.

O primeiro projeto, intitulado como “Monstro amigo, cadê você?”, foi proposto para um ano de vivência dos alunos do ensino infantil, destinado a crianças bem pequenas. Nessa pesquisa foram analisados dois documentos: um projeto e um portfólio das atividades do 1° semestre de 2023.

Segundo  Fazenda[2], a didática de qualquer disciplina do primário, primeiro estágio da educação escolar, estrutura-se pela integração das disciplinas científicas, e a interdisciplinaridade constitui elemento intrínseco da didática. Em ambos os documentos, portfólio e projeto, logo no início, apresenta-se a integralidade do saber como eixo norteador da formação dos educandos, a fim de alcançar os objetivos definidos para a idade escolar.

Na BNCC, o ensino infantil é estruturado em cinco campos de experiências, explicitados no Quadro 4, a fim de garantir seis direitos de aprendizagem e desenvolvimento. Esses direitos asseguram condições para que as crianças vivenciem desafios de forma ativa e construam significados sobre o mundo social, natural, sobre si mesmas e sobre o outro[4].

Para efetivar a garantia dos direitos de aprendizagem a partir dos campos de experiências, o projeto “Monstro amigo, cadê você?” fundamenta-se na interação e na integralidade dos saberes. As atividades são orientadas pela investigação, curiosidade, interesse e pelas relações com múltiplas vivências. O diálogo e as relações interpessoais sustentam a aprendizagem colaborativa, na qual a criança é vista como sujeito que age, cria e produz e protagonista de seu percurso.

O trabalho teve como propósito despertar encantamento, beleza e entusiasmo no início da vida escolar. Nesse processo, o novo, o desconhecido, o acolhimento, a adaptação, os sentimentos e o crescimento orientaram um olhar investigativo sobre diferentes linguagens, nomeação de sentimentos, resolução de conflitos e valorização da inteligência emocional.

Quadro 4. Campos de experiências da educação infantil na BNCC

Campos de ExperiênciaAspectos PrincipaisDireitos assegurados
Eu, o outro e o nósIdentidade, subjetividade e pertencimentoConhecer, conviver, brincar, explorar, expressar e partipar
Corpo, gestos e movimentosBrincadeira, espaço, corpo – diferentes linguagens
Traços, sons, cores e formasMúltiplas linguagens – manifestações culturais, artísticas e científicas
Fala, escuta, pensamento e imaginaçãoExperiências da fala, escuta, escrita – potência da aprendizagem
Espaços, tempos, quantidades, relações e transformaçõesResolução de situações-problema / situações cotidianas
Fonte: Resultados originais da pesquisa.

O segundo trabalho, desenvolvido no 2° ano do ensino médio em 2022, teve duração de dois bimestres e integrou as disciplinas de química, biologia, sociologia, filosofia e geografia, com o intuito de incentivar o pensamento científico e evidenciar que as divisões das ciências são meramente formais.

Na prática, conhecimentos de diferentes áreas precisam dialogar para possibilitar explicações mais precisas da realidade, com análise de dados e compreensão das semelhanças e diferenças entre metodologias científicas, de modo a refletir sobre os impactos da ação humana.

O objetivo estabelecido pelos educadores está alinhado à segunda competência da BNCC, representada no Quadro 2, que contempla o pensamento científico, crítico e criativo para estimular a curiosidade, organizar e testar hipóteses, legislar e resolver problemas com base nas ciências de distintas áreas[4]. Para Marques[10], é necessária a valorização dos aspectos sociais das ciências e sua vinculação à história da sociedade, a fim de superar práticas de ensino que priorizam a repetição e a acumulação de conhecimentos.

Refletir sobre a ação docente na perspectiva interdisciplinar requer um olhar contrário à racionalidade técnica, que reconhece o professor como intelectual em processo contínuo de formação. Segundo Fazenda[2], essa formação envolve a autoformação do educador, que estuda e se reinventa a partir da prática didática, bem como a ação comunitária de troca de vivências e de formação nas unidades escolares em que atua.

Para isso, a gestão democrática torna-se necessária, a fim de que práticas curriculares participativas propiciem a criação de redes de formação contínua e consolidem um espaço de trabalho e preparação docente[2]. O compromisso com a formação contínua dos professores e com a construção de um espaço integrador e democrático, que favorece a participação de toda a comunidade educativa e promove o protagonismo do sujeito educacional, encontra-se registrado no PPP da instituição participante do estudo.

A interdisciplinaridade, na prática docente, não consiste em unir disciplinas para formar uma grande dança, em que não há ensaio e cada integrante atua de forma isolada. Trata-se de trabalhar os assuntos fundamentais e entender como cada área está envolvida, bem como de que modo o conhecimento é encontrado e aplicado na vida.

Para tal, não é possível excluir o ser humano desse processo e do entendimento de seu papel e responsabilidade como ser social. Isso caracteriza a formação integral. Formar um cidadão em sua integralidade requer a interdisciplinaridade, pois o próprio ato de viver é interdisciplinar.

Cabe às instituições de ensino, à gestão, aos educadores e aos órgãos reguladores entender e construir esse espaço, que supera as divisões disciplinares formais, capazes de prejudicar a prática docente e a formação do discente responsável, crítico, justo, inclusivo e ético.

Destaca-se a importância do corpo docente como sujeito ativo na construção do conhecimento e nas proposições interdisciplinares. A formação de professores, nesse cenário, exige constante atualização e desenvolvimento individual. A gestão define e organiza a narrativa institucional para garantir a formação integral, enquanto os educadores participam ativamente do processo e colaboram de forma democrática e inclusiva na definição dos caminhos da instituição.

REFERÊNCIAS

[1] Brasil. 2018. Portaria n. 1.432, de 28 de dezembro de 2018. Estabelece os referenciais para elaboração dos itinerários formativos conforme preveem as Diretrizes Nacionais do Ensino Médio. Diário Oficial da União, Brasília, DF. Disponível em: https://www.in.gov.br/materia/-/asset_publisher/Kujrw0TZC2Mb/content/id/70268199. Acesso em: 30 abril 2023.

[2] Fazenda, I. C. (org). 1998. Didática e interdisciplinaridade. Campinas, SP: Papirus.

[3] Lüdke, M.; André, M.E.D.A. 1986. Pesquisa em educação: abordagens qualitativas I (Temas básicos de educação e ensino). São Paulo, SP: EPU

[4] Ministério da Educação. Brasil. 2017. Base Nacional Comum Curricular. Brasília, DF. Disponível em: http://basenacionalcomum.mec.gov.br/abase/. Acesso em: 30 abril 2023.

[5] Brasil. 2018. Lei de diretrizes e bases da educação nacional. 2ed. Coordenação de Edições Técnicas, Brasília, DF. Disponível em: <https://www2.senado.leg.br/bdsf/bitstream/handle/id/529732/lei_de_diretrizes_e_bases_1ed.pdf>. Acesso em: 08 agosto 2025.

[6] Japiassú, H.; Marcondes, D. 2001. Dicionário Básico de Filosofia. 3ed. Rio de Janeiro, RJ: Jorge Zahar Editor.

[7] Beraza, Miguel A. Zabalza. 2021. Redefinindo a pedagogia universitária: a difícil passagem do singular para o coletivo. P. 10-28. In: ALVES, Mariana Gaio.Pedagogia no ensino superior: a (in)visibilidade do trabalho docente. Lisboa, Portugal: Instituto de Educação, Universidade de Lisboa. Disponível em: https://publicacoes.riqual.org/wp-content/uploads/2023/01/edesp1_20_57_68.pdf. Acesso em: 15 novembro 2025.

[8] Caldas, F.R.; Holzer, D.C.; Popi, J.A. 2017. A interdisciplinaridade em arte: algumas considerações. Revista Nupert. 17(1): 1-12.Florianópolis, SC. Disponível em: https://share.google/p1nNfVuIenS9tpXdv. Acesso em: 15 nov. 2025.

[9] Freire, P. 1967. Educação como prática da liberdade. Rio de Janeiro, RJ: Paz e Terra.

[10] Marques, R.N.; Castro, F.P.; Miranda, M.C.R.; Silva, R. A. 2020. A construção do conhecimento científico na base nacional comum curricular. Educacionais. Aracajú, SE: Revista Interfaces Científicas – Educação. Número Temático – Políticas Públicas. Disponível em: https://periodicos.set.edu.br/educacao/article/view/8740. Acesso em: 15 nov. 2025.

[11] Silva, V.B.; Gallego, R.C. 2011. O Projeto Pedagógico e autonomia da escola. São Paulo, SP: Curso Rede For de Gestão da Escola para Diretores.

COMO CITAR:

Arrifano, Y.S.R.; Staconi, J.P. Interdisciplinaridade e a formação integral do estudante. Revista E&S. 2025; 6: e2024074.

SOBRE OS AUTORES:

Yoná Soares Rodrigues Arrifano – Especialista em Gestão Escolar. Professora de Arte da Educação Básica. Rua Vito Bovino, 385, Jardim da Campina, 04677-002, São Paulo, SP, Brasil.

João Paulo Staconi – Mestre em Química e Especialista em Gestão Escolar. Vice-Diretor Escolar. Avenida La Salle, 490, Jardim Primavera, 14802-384, Araraquara, SP, Brasil.

Quem editou este artigo

Luiz Eduardo Giovanelli

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