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Coluna

A Lei de Brooks e por que “9 mulheres grávidas não fazem um filho em um mês”

17 de dezembro de 2024

4 min de leitura

Nem sempre a adição de mais recursos ou indivíduos acelera a realização de uma tarefa complexa

Você já ouviu falar na Lei de Brooks? Não, ao contrário do que o título do artigo pode sugerir, ela não está relacionada à gravidez múltipla. No entanto, o famoso ditado “nove mulheres grávidas não fazem um bebê em um mês” funciona como uma metáfora perfeita para compreendê-la. A Lei de Brooks, um dos preceitos fundamentais da administração de projetos, trata exatamente desse princípio: nem sempre a adição de mais recursos ou indivíduos acelera a realização de uma tarefa complexa.

Para entendermos, vamos voltar no tempo. Nos anos 60, o cientista da computação Frederick Brooks, enquanto trabalhava no desenvolvimento do sistema operacional OS/360, percebeu um fenômeno curioso: quanto mais pessoas ele adicionava à equipe de programação, mais o projeto se atrasava. Essa observação o levou a formular uma lei que até hoje assombra gestores de projetos do mundo inteiro: “adicionar mais pessoas a um projeto de software atrasado o torna ainda mais atrasado”.

Por que isso acontece?

A principal razão é a complexidade da comunicação. Imagine uma equipe pequena, com apenas duas pessoas. A comunicação entre elas é relativamente simples. Agora, imagine uma equipe com dez pessoas. O crescimento exponencial dos canais de comunicação resulta em um emaranhado de informações que podem ser mal interpretadas ou se perderem no percurso. Além disso, cada novo membro da equipe precisa ser integrado ao projeto, o que demanda tempo e esforço. Enquanto isso, a produtividade da equipe pode até diminuir, já que os membros mais experientes precisam parar suas atividades para treinar os novos integrantes.

A analogia com a gravidez é perfeita para exemplificar essa questão. Da mesma forma que uma gestação tem um período definido pela natureza, um projeto de software também requer um período mínimo para ser finalizado. A inclusão de mais indivíduos no projeto não modifica a dificuldade das atividades a serem executadas, assim como nove mulheres não têm o poder de encurtar a gestação de um bebê.

O “Mítico Homem-Mês” até a era do Spotify

Em seu livro “O Mítico Homem-Mês”, lançado em 1975, Brooks defende que a comunicação é hiper relevante em uma organização e que as técnicas de comunicação e organização exigem muita reflexão e competência e são tão importantes quanto as técnicas de desenvolvimento de software.

Se avançarmos 50 anos, chegando aos dias atuais, vemos como as ideias de Brooks se conectam com conceitos modernos como squads, autonomia, alinhamento, comunicação, organização e a cultura de engenharia do Spotify, que se tornou um case mundialmente conhecido. Brooks, em sua época, já percebia que o crescimento exponencial da comunicação em grupos maiores resultava em bloqueios e atrasos. Hoje, com a popularização do trabalho remoto e a necessidade de colaboração em tempo real, essa questão se torna ainda mais crucial.

Alinhamento e autonomia

Para que a Lei de Brooks não se aplique, é fundamental que os membros de uma equipe estejam alinhados em relação aos objetivos do projeto. Cada integrante precisa compreender claramente seu papel e como suas tarefas contribuem para o todo. A autonomia, por sua vez, permite que os times tomem decisões de forma mais ágil e eficiente, sem a necessidade de uma hierarquia rígida.

A liderança tem uma função crucial neste processo. Um líder eficiente pode estabelecer um ambiente de trabalho cooperativo e estimulante, onde os colaboradores se sintam valorizados e envolvidos. A cultura organizacional também influencia significativamente a produtividade e o sucesso dos projetos. Uma cultura que valoriza a inovação, a colaboração e o aprendizado contínuo é mais propícia a gerar resultados positivos.

Uma equipe pequena, entrosada, onde a comunicação flui e cada um sabe exatamente qual é o seu papel certamente conseguirá ótimos resultados. Equipes grandes, reuniões infinitas, sem objetivo claro, e membros que não se sentem verdadeiramente comprometidos com o projeto, tendem a criar mais obstáculos do que soluções. Em suma, a Lei de Brooks nos mostra que a quantidade não está necessariamente associada à qualidade em projetos de software. É necessário encontrar um equilíbrio entre a quantidade de indivíduos envolvidos e a habilidade de comunicação e cooperação do grupo. Ao implementar práticas como as sugeridas pelo modelo do Spotify e apostar em uma cultura empresarial robusta, podemos vencer os obstáculos da Lei de Brooks e realizar projetos bem-sucedidos.

Este conteúdo foi produzido por:

Victor Greghi Hernandez

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É engenheiro da computação, desenvolvedor full-stack e Product Owner na Skylar. Trabalha com o desenvolvimento de softwares e gestão de produto utilizando SCRUM e metodologias ágeis. Entusiasta no estudo de produto, na descoberta e melhoria contínua do produto e na gestão e priorização do backlog.

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"Startup" de tecnologia e legendagem que faz parte das iniciativas do Pecege, utiliza inteligência artificial e técnicas linguísticas para fazer legendagem em tempo real. Atuante nas áreas de educação, eventos, agronegócio, tecnologia, saúde, entretenimento e esportes, entre outras. Acesse o site!

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