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Coluna

As dinâmicas em grupo e a construção de produtos digitais com design centrado no humano

28 de março de 2025

5 min de leitura

A maneira como as pessoas se comportam pode dar indícios de possíveis caminhos na construção de soluções digitais

Realizar pagamentos, fazer compras, marcar um encontro, buscar por restaurantes, calcular quantas calorias foram consumidas no dia. São muitas as tarefas possíveis utilizando aplicativos e, quanto mais fáceis e intuitivos eles forem, mais rapidamente serão aceitos. Isso porque as pessoas, em sua maioria, não gostam de gastar tempo e energia para aprender novos sistemas, elas querem baixar o app e resolver seus problemas de forma rápida.

Em seu livro “Não Me Faça Pensar”, Steve Krug diz que a grande maioria das pessoas não leem o conteúdo de uma página, mas estão navegando como tubarões atrás de palavras ou trechos-chave que irão atender às suas necessidades. Trazendo esse pensamento para o contexto dos aplicativos, é preciso criar interfaces com comunicação direta, sem textos desnecessários, que ajudem as pessoas a encontrarem sozinhas o caminho para a resolução de seus problemas.

Existem vários desafios quando é preciso construir uma solução digital escalável que atinja muitos públicos diferentes. Qual será o tom de voz que mais se adapta à pessoa que vai usá-la? Qual é a melhor maneira de criar um menu onde as pessoas consigam encontrar o que procuram? Onde é o melhor lugar para inserir determinada função, para que seja encontrada de maneira rápida, mas sem deixar a interface com muita informação? Perceba que, quanto mais profundo é o questionamento, mais complexa pode ser a resposta.

A fim de encontrar respostas para questões como essas e na ânsia de ser o mais assertivo possível na tomada de decisão, acredito no poder do design centrado no humano, que leva em conta como as pessoas se comportam, dando indícios de alguns possíveis caminhos que podem dar certo. Em seu livro “Design Centrado no Usuário”, Travis Lowdermilk diz que o Design Centrado no Usuário (DCU) é uma metodologia que auxilia designers e desenvolvedores no processo de desenvolvimento de softwares, uma vez que essa prática garante aplicações com boa usabilidade.

Entendendo a importância de construir interfaces digitais fáceis de serem usadas pelas pessoas — que as ajudem com as tarefas do dia a dia — e seguindo o racional do DCU, temos o direcionamento claro para envolver as pessoas no processo de desenvolvimento de produtos digitais. Mas qual será a melhor maneira de fazer isso? Existem muitas ferramentas para envolver as pessoas no processo de desenvolvimento:

  • Pesquisas estruturadas e não estruturadas com os usuários com um momento de conversa para obter informações e detalhes importantes (como as preferências de uso das pessoas, por exemplo);
  • Testes de usabilidade (para analisar como as pessoas se comportam durante o uso de determinado aplicativo);
  • Formulários de pesquisa no estilo forms do Google (provavelmente você já respondeu a pelo menos um);
  • Dinâmicas em grupo, entre outras.

Cada contexto e necessidade serve como direcionamento para a melhor ferramenta. Muitas vezes é necessário utilizar várias, já em outras situações uma única ferramenta pode ajudar com grande parte das respostas. Existem algumas variáveis importantes para a escolha da ferramenta certa. Uma delas é o tempo disponível para a realização das atividades, pois muitas vezes o projeto precisa andar rapidamente, e a aplicação de muitas ferramentas pode atrasar ou inviabilizar a entrega do projeto no tempo estipulado. Outra variável importante é o número de pessoas aptas a participar das atividades, uma vez que essas pessoas precisam estar dentro do contexto do produto, e não é tão simples quanto pode parecer a tarefa de encontrar pessoas dispostas a ceder tempo para ajudar no processo de melhoria de um produto.

Como UX designer, já colhi muitos resultados importantes em meus projetos ao envolver as pessoas no  processo de desenho de produtos digitais, principalmente nas etapas iniciais de descoberta, pois isso dá direcionamento ao trabalho, ajudando a responder a maioria das questões, desde dúvidas de comunicação até tom de voz, que palavras usar, tamanho dos textos, cores, títulos de botões e questões de layout — como quantidade de elementos, qual será a hierarquia das informações (disposição dos menus por exemplo) e  uso de ícones. Tudo isso e muito mais pode ser descoberto ao falar com as pessoas que usam ou usarão uma solução digital.

Dinâmica em grupo

Das ferramentas citadas, a que sempre traz elementos importantes para a resolução de problemas e a aquisição de novas ideias é a dinâmica em grupo. Além de contribuir com um rico número de informações, a ferramenta também deixa claros alguns comportamentos dos usuários, isso tudo em um único momento. Seja de maneira presencial ou on-line, sempre sigo um passo-a-passo para não errar na dinâmica: escolho quem serão os participantes (é importante analisar o contexto para entender quais pessoas podem realmente contribuir para o projeto), faço o convite e explico o contexto e a importância de sua contribuição para o processo; isso geralmente faz com que as pessoas se engajem mais, por quererem ajudar genuinamente

O segundo passo é registrar esse convite: geralmente uso a agenda do Outlook, pois registra o compromisso na agenda dos participantes, mas é importante verificar com a pessoa qual é a melhor maneira de registrar o compromisso na agenda dela.

Uma dúvida comum é sobre qual a quantidade ideal de pessoas para participar de uma dinâmica em grupo. Um parâmetro que traz resultados é o que Jacob Nielsen (expert em usabilidade de interface digital) mostra em seu artigo “Why You Only Need to Test with 5 Users”, sobre a curva de aprendizado em testes de usabilidade. Segundo ele, com cinco usuários é possível extrair praticamente 80% dos aprendizados, então, eu importo esse número para as minhas dinâmicas e tento sempre ter no mínimo cinco pessoas participando ativamente.

O terceiro passo é a organização da dinâmica; avalie se a escolhida é a mais assertiva ou se precisa buscar por outras opções.  Realizar uma busca pela internet pode contribuir muito antes de bater o martelo em uma dinâmica que já seja conhecida, então use os mecanismos de busca para encontrar artigos de outros designers que possam contribuir.

É importante criar um arquivo para registrar todos os detalhes e um roteiro para a execução da atividade; costumo usar a ferramenta Notion (notion.so) como repositório. Durante a atividade peço permissão para gravar o áudio (garantindo para os participantes a confidencialidade da informação), pois depois uso inteligência artificial para transcrever a conversa e tirar os principais insights, o que garante registro fidedigno do que foi conversado e um banco de ideias. O Google Studio (aistudio.google.com) dá conta da tarefa.

Uma das dinâmicas que mais contribuíram para meu trabalho foi a Event Storming.  Com os times de desenvolvedores e projetos de legendagem reunidos pudemos mapear os possíveis eventos da jornada de um usuário de um sistema existente, com o objetivo principal de construir uma arquitetura da informação.

A previsão inicial era de realizar a atividade em um encontro de três horas, mas conforme a dinâmica acontecia, percebi que precisaríamos de mais tempo. Acabamos fazendo outra sessão de três horas. Isso mostra que muitas vezes, dependendo da escolha, a atividade pode levar mais ou menos tempo, tudo depende da experiência com a ferramenta, do tempo disponível para realização, da disponibilidade das pessoas e da percepção sobre o quanto o momento está contribuindo para o projeto.

O Event Storming contribuiu para o objetivo principal, mas, além disso, pude entender várias outras nuances importantes para o projeto, como a necessidade de criar um glossário com termos utilizados pelos usuários para padronizar a comunicação interna e auxiliar no processo de programação.

Não existem garantias de sucesso ao incluir as pessoas no processo de construção de produtos digitais, mas certamente a possibilidade de acertar será maior do que se não acontecer essa inclusão, uma vez que a tomada de decisão estará direcionada para o público, atento ao comportamento e à realidade do consumidor final, tornando o aplicativo ou sistema mais fácil de ser usado e contribuindo para a resolução de problemas.

Este conteúdo foi produzido por:

Bruno Henrique Martimiano

LinkedIn

UX designer na Skylar, atua em todas as etapas do processo de desenvolvimento dos produtos da marca. Já trabalhou na área comercial em empresas do setor financeiro, mas migrou de carreira para o nicho de produtos digitais. É apaixonado por diversidade cultural, relações humanas e pelo mundo dos negócios e está sempre atento às inovações tecnológicas.

Autor

Foto do Colunista

Skylar

"Startup" de tecnologia e legendagem que faz parte das iniciativas do Pecege, utiliza inteligência artificial e técnicas linguísticas para fazer legendagem em tempo real. Atuante nas áreas de educação, eventos, agronegócio, tecnologia, saúde, entretenimento e esportes, entre outras. Acesse o site!

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