• Sobre a Revista
  • Editorial E&S
  • Artigos
    • Análise de Conjuntura
      • Edição atual
      • Edições anteriores
    • Educação
      • Edição atual
      • Edições anteriores
    • Gestão
      • Edição atual
      • Edições anteriores
  • Colunistas
    • Colunas
  • Mídias
    • Entrevistas
    • Séries
  • Contato
EntrarCadastre-se
Coluna

Nem feedback, nem feedforward. Vamos falar de accountability no trabalho

16 de outubro de 2024

4 min de leitura

O papel da liderança na entrega de resultados de excelência

Processos de feedback envolvem trocas de conversa para ajustes de rotas e de comportamento, além de melhoria de performance – com foco no que já ocorreu. Processos de feedforward ocorrem em conversas voltadas para o futuro, cujas sugestões de melhoria oferecidas visam apoiar o crescimento e o desenvolvimento de uma pessoa.

Saindo das temporalidades de passado e futuro, vamos falar de accountability no trabalho, a respeito de conversas de comprometimento, de promessas e de acompanhamento, com foco no presente e na tarefa delegada – como preconizado na metodologia de Carolyn Taylor (2021), uma das maiores especialistas do mundo em mudança de cultura organizacional.

Tanto a literatura como a realidade das empresas mostram que muitos líderes são excepcionais em cumprir o que prometem quanto aos seus processos de trabalho, mas têm grande dificuldade de cobrar das equipes o que elas prometem.

Quando uma liderança entrega uma responsabilidade a um integrante da sua equipe e essa pessoa diz “sim”, em um primeiro momento é fundamental compreender os motivos que envolvem essa resposta. Por exemplo, ela sabe como fazer; está de olho na promoção; não quer se indispor; gosta de dizer sim para todos; adora se sentir ocupada; precisa se sentir importante; sente-se pressionada; tem medo de dizer que não sabe.

Dependendo do motivo, os resultados da entrega podem ser completamente diferentes. Se o funcionário assumiu mais uma tarefa para não se indispor com a liderança, mas está sobrecarregado, alguma outra tarefa deixará de ser entregue. Se ele disse sim com olho na promoção, mas não sabe como cumprir a missão e não pergunta para não “fazer feio” diante do líder, provavelmente a tarefa será entregue pela metade, sendo necessário fazer ajustes, o que gera retrabalho.

Para gerar comprometimento, a liderança não pode passar um desafio apenas como uma instrução; em vez disso, deve garantir que há entendimento pleno do que foi passado e que está claro o que deve ser entregue. O funcionário deve compreender a importância daquela tarefa e deve ter competência para realizá-la, pois quando um objetivo se torna algo pessoal, a motivação para realizar e o comprometimento são maiores. Assim, ao passar uma tarefa ou delegar um processo a um funcionário, a liderança deve organizar conversas de comprometimento, que envolvem trazer alguns esclarecimentos antes e fazer perguntas depois.

Esclarecimentos:

  • A razão de eu estar pedindo isso a você é…;
  • A experiência anterior me fez acreditar que você consegue fazer isso…;
  • Essa tarefa é extremamente importante porque…

Perguntas:

  • Algo não ficou claro a respeito desse desafio?
  • Você tem alguma preocupação a respeito disso?
  • Você tem uma opinião diferente sobre esse processo?
  • Como você acredita que possa realizar esse desafio?

Posteriormente a esse diálogo vêm as conversas de promessas, em que o funcionário assume um acordo com a liderança que lhe passou a demanda, como:

  • Eu me comprometo a enviar o relatório completo até sexta-feira, às 15h. Vou garantir que todas as seções estejam revisadas e atualizadas;
  • Eu acredito que posso entregar o relatório até o final da próxima semana, desde que a equipe de dados me envie todas as informações até terça-feira. Se houver algum atraso na coleta de dados, aviso imediatamente para ajustarmos as expectativas.

A liderança ou a pessoa que solicitou a tarefa deve ficar atenta se receber algumas das respostas abaixo:

  • Eu vou resolver isso logo, não se preocupe, até o final da semana vai estar pronto (falta o acordo do “quando”);
  • Eu garanto que vamos bater a meta este mês (bater meta envolve uma série de variáveis, algumas não controláveis, como a decisão do cliente de comprar algo);
  • Vou falar com o pessoal da TI, e eles vão dar prioridade máxima para resolver isso ainda hoje (essa promessa não pode ser feita, se a tarefa depende de outros atores envolvidos e não há garantias ainda da outra parte);
  • Se não der certo, nós veremos o que fazer depois (isso não é promessa, é tentativa sem qualquer tipo de comprometimento).

Durante a realização da tarefa, a liderança ou a pessoa solicitante deve fazer conversas de acompanhamento, que envolvem:

  • Cronograma de acompanhamento e sessões de follow up;
  • Manter-se firme com a data de entrega, se as exigências forem justas e coerentes;
  • Diálogo franco e maduro como: “Estamos a dois dias do prazo final. Gostaria de saber como estão os avanços no projeto. Você está encontrando algum obstáculo que possa comprometer a entrega no prazo?”; “Estamos na metade do prazo previsto para a entrega final. Vamos revisar o que foi feito até agora e verificar se o cronograma precisa ser ajustado ou se estamos no caminho certo para concluir tudo dentro do prazo”.

Entendendo que a liderança tem papel fundamental em ajudar a sua equipe a construir a competência de entregar resultados e aprender a cumprir promessas, caso um funcionário, durante uma conversa de comprometimento, mencione que não poderá entregar um trabalho no prazo acordado, em virtude de uma sobrecarga inesperada de outras tarefas urgentes, a liderança precisa intervir, utilizando uma conversa de accountability ou de responsabilidade que envolve quatro pontos fundamentais: empatia, responsabilização, proatividade e solução.

  • Reconheça as dificuldades: “Eu entendo que você enfrentou uma carga de trabalho inesperada, o que impactou a entrega dentro do prazo. É claro que imprevistos acontecem e podem afetar nossos planos”;
  •  Reforce o conceito de accountability: “É fundamental que, mesmo quando surjam imprevistos, encontremos formas de cumprir nossos compromissos ou, pelo menos, de gerenciar as expectativas de todos os envolvidos, já que nos comprometemos com a entrega”;
  •  Incentive uma abordagem proativa: “Em situações futuras, o que você acha de identificar essas sobrecargas o mais cedo possível para que consigamos ajustar as prioridades ou até mesmo buscar apoio antes do prazo de entrega? Isso pode ajudar a manter a responsabilidade sobre os nossos compromissos e entregas estabelecidas”;
  •  Colabore para encontrar uma solução: “Vamos revisar juntos como podemos replanejar as suas tarefas para que essa entrega não seja tão prejudicada. Posso ajudar nessa priorização”.
Para ter acesso às referências desse texto clique aqui

Autor

Foto do Colunista

Denise de Moura

É consultora de Recursos Humanos com 27 anos de experiência; atuou em pequenas, médias e grandes empresas como Petrobras SA e Lojas Americanas. É professora convidada nos MBAs USP/ESALQ desde 2013, doutora em administração; tem mestrado em sistemas de gestão e pós-graduação em gestão da qualidade total. Escreveu o livro “Cansei de Sofrer no Trabalho” (Qualitymark Editora, 2012) e idealizou o site www.dicasinfaliveis.com.br.

Lattes

LinkedIn

Created with Sketch. Created with Sketch.

Você também pode gostar

Edições anterioresGestão
Implementação do discipline agile e educação 3.0 em projetos educacionais sustentáveis

Implementação do discipline agile e educação 3.0 em projetos educacionais sustentáveis

20 de abril de 2023

DOI: 10.22167/2675-6528-20230008E&S 2023, 4: e20230008 Rútilo Pinheiro de Melo Neto; Maria Paula Novakoski Perides As grandes mudanças pelas quais o mundo...

Luana Coletti
Entrevistas
<i>Gap</i> digital: Brasil está preparado para a revolução tecnológica?

Gap digital: Brasil está preparado para a revolução tecnológica?

16 de junho de 2025

De 2019 a 2024, o mercado abriu 665 mil vagas, mas apenas 464 mil profissionais se formaram, um déficit de 30,2% Um relatório divulgado pela Brasscom (entidad...

Renata de Gaspari Valdejão Almeida
Entrevistas
A inteligência emocional como estratégia corporativa

A inteligência emocional como estratégia corporativa

23 de maio de 2024

Grandes empresas já incorporaram o desenvolvimento das habilidades emocionais dos colaboradores à cultura de capacitação A inteligência emocional é uma da...

Renata de Gaspari Valdejão Almeida
Edições anterioresGestão
Reorganização societária e tributária em empresa de automação e monitoramento de serviços 4.0

Reorganização societária e tributária em empresa de automação e monitoramento de serviços 4.0

25 de janeiro de 2023

DOI: 10.22167/2675-6528-20230004E&S 2023,4: e20230004 Elker Willians Arruda Campos Savi e Raissa Alvares de Matos Miranda O mundo sofreu três grandes revol...

Edson Mota

Mais recentes

Identidade Pecege – Episódio 3: Erica Donatte
Séries

Identidade Pecege – Episódio 3: Erica Donatte

Identidade Pecege – Episódio 2: Daniel Sonoda
Séries

Identidade Pecege – Episódio 2: Daniel Sonoda

<i>Gap</i> digital: Brasil está preparado para a revolução tecnológica?
Entrevistas

Gap digital: Brasil está preparado para a revolução tecnológica?

Inscreva-se em nossa newsletter!

Receba indicações de conteúdos e fique por dentro das novidades sobre gestão, liderança e carreira com a Revista E&S

Logo Revista E&S

Revista de caráter técnico-científico que visa publicar artigos inovadores de excelência, abordando estratégias e soluções nas áreas de gestão e educação.

Created with Sketch.

Onde estamos

Rua Cezira Giovanoni Moretti, 580 Bairro Santa Rosa, Piracicaba, SP - 13.414-157

Tel: (19) 3377 0937

E-mail: esrevista@pecege.com

Acesso Rápido

  • Editorial E&S
  • Sobre a Revista
  • Colunistas
  • Artigos
  • Contato
Patrocínio
Apoio

Parceiros

Revista E&S - Todos os direitos reservados - Copyright © 2025 · Criado por Pecege