Identificação das partes interessadas no programa Conservador das Águas
8 de maio de 2025
12 min de leitura
DOI: 10.22167/2675-6528-2025008
E&S 2025, 6: e2025008
Lucas de Camargo Reis e Andrea Cristina Deis Rodrigues
Nos últimos anos, os programas de restauração florestal com foco hídrico têm se tornado cada vez mais importantes em todo o mundo, devido à necessidade crescente de reflorestamento para combater os impactos das mudanças climáticas, proteger a biodiversidade e garantir a segurança hídrica, visto que o desmatamento atual prejudica significativamente os ciclos hidrológicos e leva a escassez de água, inundações, erosão do solo e desequilíbrio ecológico[1,2].
Em termos gerais, programas de restauração direcionados à água, como a Iniciativa 20×20 na América Latina[3], e a meta do “Bonn Challenge” de restaurar milhões de hectares de florestas degradadas buscam reabilitar serviços ecossistêmicos críticos, incluindo a regulação do fluxo de água e a recarga de aquíferos[4]. O Conservador das Águas é o primeiro programa brasileiro no modelo de pagamento por serviços ambientais (PSA), onde ações de restauração e preservação ambiental são promovidas em propriedades privadas, havendo previsão de remuneração ou benefícios fiscais para o proprietário participante.
O programa Conservador das Águas surgiu em 2005 como uma iniciativa do poder público do município de Extrema, em Minas Gerais, voltada para a conservação e gestão sustentável dos recursos hídricos, especialmente em áreas rurais[5], atuando nas zonas de cabeceira do sistema Cantareira, principal reservatório da maior região metropolitana do Brasil. Aborda-se então uma questão crucial e cada vez mais urgente em todo o mundo: a preservação dos cursos d’água, mananciais e aquíferos, fundamentais para a sobrevivência de ecossistemas saudáveis e para o fornecimento de água potável para comunidades humanas[6].
A gestão das partes interessadas, também conhecida como gestão de stakeholders, é um processo que visa elevar as chances de sucesso de um empreendimento, certificando-se de que as partes interessadas (indivíduos, grupos ou entidades que têm interesse, influência ou são afetados de alguma forma pelo resultado ou desempenho da atividade em questão) compreendam suas metas e os riscos, objetivos e benefícios[7]. O objetivo em questão é garantir que as necessidades, expectativas e preocupações de todas as partes interessadas relevantes sejam consideradas e integradas às decisões e ações relacionadas ao programa ou organização[8], sendo fundamental para o sucesso e sustentabilidade de qualquer iniciativa, pois as partes interessadas desempenham papéis importantes no apoio ou oposição, na alocação de recursos, na obtenção de financiamento, na aceitação pública e em muitos outros aspectos[9].
O Conservador das Águas carece de uma abordagem mais aprofundada sobre a gestão das partes interessadas do programa, sendo uma estratégia necessária para a garantir a sustentabilidade e continuidade da iniciativa nos próximos anos. Este trabalho dedicou-se a oferecer um passo inicial desse processo, identificando as partes interessadas (stakeholders) no âmbito do Conservador das Águas, utilizando para tanto a análise bibliométrica e consulta à especialistas, visando fornecer informações ao planejamento da gestão dos stakeholders no referido programa.
Os instrumentos iniciais de coleta de dados foram a busca em documentos oficiais do programa e a própria experiência do autor sobre a iniciativa, na qual atua como pesquisador desde 2014, associados a uma análise bibliométrica, feita através de uma revisão sistemática orientada pelo protocolo PRISMA (Preferred Reporting Items for Systematic Reviews and Meta-Analyses)[10].
Para tanto, foi conduzida uma busca por artigos e periódicos nas plataformas “Scopus” e “Web of Science”, duas das mais renomadas bases de dados científicos do planeta. Os termos utilizados nas buscas foram “partes interessadas”, “restauração ambiental” e “recursos hídricos”, assim como, “stakeholders”, “environmental restoration” e “water resources”. Após a seleção dos artigos, foram listados todos os stakeholders apontados em cada trabalho, sendo esses então alocados em grupos representativos, em virtude de similaridades entre suas características de atuação.
Posteriormente, com o objetivo de identificar os stakeholders mais adequados foi conduzida uma pesquisa exploratória com especialistas. A abordagem consistiu na aplicação de questionários semiestruturados, direcionados a um grupo intencionalmente selecionado de especialistas atuantes nas áreas de meio ambiente, políticas públicas, gestão de recursos naturais e restauração ecológica, entre eles estudantes universitários e pós-graduandos da área de ciências ambientais, professores universitários, pesquisadores, representantes técnicos do órgão público, tanto do departamento de Meio Ambiente de Extrema/MG, quanto de órgãos estaduais e federais do meio ambiente, não relacionados diretamente com o Conservador das Águas. Embora inspirada no método Delphi, a pesquisa não teve como objetivo alcançar consenso, mas sim explorar a diversidade de visões e experiências dos respondentes.
A intenção dessa abordagem era validar os stakeholders identificados na pesquisa, tanto os grupos quanto os individuais, bem como entender a influência e interesse desses stakeholders para o programa. Findada essa fase de validação, os resultados foram analisados através da Matriz de Stakeholders, possibilitando-se então a recomendação de ações para a gestão das partes interessadas.
Como resultados análise bibliométrica, foram encontrados inicialmente 375 trabalhos científicos, nos quais foram aplicados os métodos de refinamento dos resultados propostos pelo protocolo PRISMA, selecionando então 17 artigos (Quadro 1).
Quadro 1. Artigos obtidos pela análise bibliométrica e pelo protocolo Prisma
Amblard, 2023[11] | Brunacini, 2023[12] | Burroughs, 1999[13] |
Cho et al., 2023[14] | Druschke & Hychka, 2015[15] | Goodspeed et al., 2019[16] |
Graversgaard et al., 2017[17] | Haghi & Karamidehkordi, 2023 (18) | Hassanzadeh et al., 2019[19] |
Heldt et al., 2016[20] | Henkel et al., 2023[21] | Maioli et al., 2021[22] |
Neverre et al., 2022[23] | Palmer et al., 2021[24] | Shultz & Soliz, 2007[25] |
Supangat et al., 2022[26] | Urcuqui-Bustamante et al., 2021[27] |
Um aspecto inicial interessante que a análise bibliométrica evidenciou foi o aumento do interesse pelo tema de identificação dos stakeholders associados a programas de restauração com o enfoque hídrico, principalmente nos últimos dez anos (Figura 1), sendo que 2023 foram publicados cinco artigos que envolviam a temática, quase 30% do total.
Fonte: Dados originais da pesquisa.
Foram identificados então na análise bibliométrica 30 diferentes stakeholders em trabalhos ambientais de restauração ou conservação voltados aos recursos hídricos. Alguns desses elementos apareceram diversas vezes nos artigos, enquanto outros foram menos recorrentes ou apareceram apenas uma vez (Figura 2).
Fonte: Dados originais da pesquisa.
Visando uma melhor classificação dos stakeholders encontrados na análise bibliométrica, realizou-se então um agrupamento, buscando a geração de grupos mais abrangentes, e esse rearranjo resultou em sete grupos de partes interessadas (Quadro 2).
Quadro 2. Alocação dos stakeholders obtidos na revisão bibliométrica em grupos abrangentes
Administração pública | Conselhos de gestão de bacias hidrográficas | Setor privado | Associação da cadeia de abastecimento orgânico |
Administração local/regional/estadual | Organizações de turismo | ||
Escritórios locais de agências de água | Comerciantes locais | ||
Gestão de recursos naturais | Setor de irrigação | ||
Representante da restauração | Setor de pesca | ||
Justiça ambiental | Representantes da indústria | ||
Usuário comum | Cidadão individual | Setor hídrico | Serviços públicos de água |
Associação de usuários | Operadores privados de água | ||
Donos de casas de veraneio | Representantes de represas | ||
Indígenas e comunidades tradicionais | Setor rural | Produtores de água | |
Setor científico | Universidades e centros de pesquisa | Organizações agrícolas | |
Associação técnica | Câmaras agrícolas | ||
ONG’s | Sociedade para a terra e o desenvolvimento rural | Grupo regional de agricultores orgânicos | |
Entidade de desenvolvimento comunitário | Cooperativa agrícola | ||
ONG locais | Agricultores |
O agrupamento também permitiu observar que existem grupos mais representativos, enquanto outros aparecem poucas vezes nos trabalhos acadêmicos (Figura 3). Esses resultados já nos permitem inferir quais grupos de stakeholders são apontados como mais influentes nas publicações científicas.
Fonte: Dados originais da pesquisa.
Uma vez determinados os grupos de stakeholders foi elaborada então uma análise dos impactos potenciais (Tabela 1) em que é possível verificar aspectos de cada grupo (positivos e negativos). Essa abordagem visava auxiliar posteriormente nas avaliações acerca do interesse e do poder de cada stakeholder individual que ainda seria determinado.
Tabela 1. Análise das características positivas e negativas dos grupos de stakeholders
Stakeholders | Positivas | Negativas |
Administração pública | • Financiamento, infraestrutura e apoio logístico | • Burocracia |
• Aumento da legitimidade do programa | • Mudanças políticas podem afetar a continuidade do programa | |
Setor rural | • Conhecimento dos recursos hídricos locais | • Resistência a novas tecnologias |
• Colaboração na conservação | • Necessidade de treinamento e capacitação para adequação | |
• Soluções práticas e adaptadas ao local | ||
ONG’s | • Conscientização sobre práticas sustentáveis | • Recursos incertos |
• Experiência em programas comunitários | • Limitações na criação de políticas públicas | |
• Adaptação às necessidades locais | • Objetivos podem não se alinhar com os stakeholders | |
Setor privado | • Fonte de financiamento | • Foco em lucros pode conflitar com objetivos sociais e ambientais |
• Possibilidade de formar parcerias sustentáveis | ||
Setor científico | • Treinamento dos stakeholders | • Soluções teóricas e difíceis de aplicar na prática. |
• Fundamentação científica para decisões e práticas de gestão. | • Possível falta de conexão com a realidade local | |
Setor hídrico | • Conhecimento técnico | • Conflitos entre objetivos comerciais e públicos |
• Experiência na gestão de sistemas de água | ||
Usuário comum | • Necessidades dos consumidores finais sendo consideradas | • Conciliar interesses e opiniões diversas |
• Conscientização e conservação da água | • Necessidade de investir em educação e capacitação para envolvimento efetivo |
Na etapa seguinte foi realizada a consulta exploratória com especialistas por meio da aplicação de questionários semiestruturados em formulário eletrônico para diferentes grupos, com o objetivo de avaliar os stakeholders sugeridos pela metodologia, estimando-se que 100 pessoas, cuja formação ou atuação profissional os colocavam em posição de avaliação das partes interessadas do programa Conservador das Águas foram consultadas, tendo como resultados 16 respostas completas.
Quando questionados quanto à pertinência dos grupos sugeridos como stakeholders no âmbito do programa Conservador das Águas, a avaliação dos especialistas foi altamente positiva (Tabela 2), sendo a indicação classificada como “muito correta” ou “correta” em pelo menos 66% dos casos por parte dos entrevistados.
Tabela 2. Avaliação dos grupos de stakeholders gerados através da pesquisa consulta exploratória com especialistas
Grupo | Muito correto | Correto | Moderadamente correto | Incorreto | Muito incorreto |
—————————————————— Em percentual (%) —————————————————— | |||||
Administração pública | 50,0 | 50,0 | 0,0 | 0,0 | 0,0 |
Setor rural | 72,0 | 17,0 | 11,0 | 0,0 | 0,0 |
ONG’s | 44,0 | 39,0 | 17,0 | 0,0 | 0,0 |
Setor privado | 33,0 | 39,0 | 22,0 | 0,0 | 6,0 |
Setor científico | 61,0 | 39,0 | 0,0 | 0,0 | 0,0 |
Setor hídrico | 61,0 | 33,0 | 6,0 | 0,0 | 0,0 |
Usuário comum | 44,0 | 22,0 | 28,0 | 6,0 | 0,0 |
Em um segundo bloco, os entrevistados foram questionados sobre qual(is) era(m) o(s) grupo(s) de maior ou menor importância nas ações do Conservador das Águas (Figura 4), sendo possível a seleção de uma ou mais opções.
Fonte: Dados originais da pesquisa.
O setor privado e o usuário comum foram os únicos grupos classificados por alguns avaliadores como “incorretos” ou “muito incorretos”. Porém quando se examinam a fundo os resultados, verifica-se que na perspectiva do programa, esses grupos têm papéis essenciais como financiadores (setor privado) e beneficiários (usuário comum), sendo que para pelo menos 66 % dos avaliadores a inclusão foi considerada como “correta” ou “muito correta”.
Foram avaliados na consulta exploratória com especialistas como mais essenciais ao programa a administração pública (61,1%), o setor científico (50,0%) e o setor rural (44,4%) (Figura 4a), enquanto os considerados menos importantes foram o setor privado (50,0%) e o usuário comum (38,9%; Figura 4b). A desconfiança com relação à participação do setor privado, muitas vezes acusado de prática de “greenwashing” quando associado à uma prática de restauração ambiental e a falta da percepção de engajamento da sociedade nos processos envolvendo o programa Conservador das Águas pode explicar que esses grupos sejam considerados menos importantes. Porém, esses grupos são essenciais para o sucesso e longevidade de uma iniciativa ambiental[28,29].
Considerando-se os grupos de stakeholders gerados a partir dos trabalhos acadêmicos consultados, a documentação disponibilizada pela prefeitura de Extrema e de conhecimentos prévios do autor sobre a dinâmica do programa, identificou-se então os potenciais stakeholders individuais no âmbito do Conservador das Águas. Uma lista com os stakeholders individuais, específicos para o programa foi apresentada e aprovada na consulta exploratória com especialistas, havendo somente uma inclusão, da Agência Nacional de Águas (ANA), por sugestão dos participantes e como resultado foram identificados 18 stakeholders.
Por fim, considerando-se as características positivas e negativas de cada grupo de stakeholders, as avaliações geradas na consulta exploratória com especialistas e particularidades de cada stakeholder individual foi então produzida a avaliação de interesses e influência (Tabela 3).
Tabela 3. Avaliação de interesse (envolvimento (A) e importância (B)) e de influência (poder de decisão (C), impacto (D) e recursos disponíveis (E)), com notas de 0 a 10 para cada stakeholder individual
A partir da avaliação de interesse e influência foi criada a matriz de influência, onde foi então possível uma nova classificação dos stakeholders a partir do seu posicionamento no gráfico (Figura 5), onde cada quadrante está relacionado com valores dados pelo eixo de interesse e influência.
Fonte: Dados originais da pesquisa.
Com a matriz foi determinado quais stakeholders devem ser priorizados ou não, de acordo com as atitudes sugeridas ao gestor responsável do programa com relação a cada parte interessada (Tabela 4).
Tabela 4. Análise dos stakeholders envolvidos no Conservador das Águas e atitudes recomendadas para a gestão das partes interessadas
Stakeholders | Atitudes |
Governo municipal | Gerenciar de perto |
Conservador das Águas – Representantes | |
Proprietário – Participantes do PSA | |
Setor industrial | |
Proprietário – Não participantes PSA | Manter satisfeito |
Gestores do Sistema Cantareira | |
Comitê PCJ | |
Proprietários de casas de veraneio | Manter informado |
Proprietário – Não contemplados (Potencial) | |
The Nature Conservancy (TNC) | |
Fundação SOS Mata Atlântica | |
Pesquisadores das universidades | |
Órgãos técnicos governamentais | |
Empresa municipal de águas | |
Setor de turismo | Monitorar |
Comerciantes locais | |
ANA (Agência Nacional de Águas) | |
Cidadão local |
Este trabalho alcançou seu objetivo de identificar as partes interessadas (stakeholders) relevantes no contexto do programa Conservador das Águas, combinando duas abordagens metodológicas complementares: a análise bibliométrica e a pesquisa exploratória com especialistas. A bibliometria permitiu mapear a produção científica relacionada à temática, revelando tendências, lacunas e autores-chave, enquanto a consulta a especialistas trouxe uma perspectiva prática e contextualizada, alinhada às especificidades do programa em Extrema (MG).
Como principal resultado, foi elaborada uma matriz de Interesse e Influência dos Stakeholders, ferramenta essencial para a Gestão de Partes Interessadas, especialmente em projetos de caráter socioambiental e com múltiplos atores envolvidos. A matriz gerada fornece subsídios objetivos para que os gestores do programa possam direcionar suas ações de engajamento de forma estratégica, definindo quais stakeholders devem ser gerenciados de perto, mantidos satisfeitos, mantidos informados ou monitorados.
Com isso, o estudo contribui não apenas para o aprimoramento da governança do Conservador das Águas, mas também oferece um modelo replicável para outros programas de restauração ecológica que demandam articulação interinstitucional e participação social.
Referências
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Como citar
Reis, L.C.; Rodrigues, A.C.D. Identificação das partes interessadas no programa Conservador das Águas. Revista E&S. 2025; 6: e2025008
Sobre os autores
Lucas de Camargo Reis – Doutorando em Ciências. Centro de Energia Nuclear na Agricultura da Universidade de São Paulo. Avenida Centenário, 303, São Dimas, 13400-970, Piracicaba, São Paulo, Brasil
Andrea Cristina Deis Rodrigues – Doutora em Administração. Top Leader Training. Rua Alcides Ricardini Neves, 12, Cj 809, Cidade Monções, 04575-050, São Paulo/SP, Brasil