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Coluna

O poder das comunidades no marketing

16 de abril de 2025

5 min de leitura

Estudos mostram que empresas que integram “tribos” na estratégia de marketing têm aumento médio de 20% nas vendas

Foi-se o tempo em que os negócios buscavam vender tudo para todos ao mesmo tempo. Num cenário cada vez mais competitivo, conectado e digitalizado, o comportamento, as necessidades e as expectativas dos consumidores mudam quase que diariamente. Arrisco dizer que não há mais padrões definidos de consumo. As transações frias e impessoais com as marcas já não têm mais espaço no mercado. Experiência tornou-se uma palavra imperativa. Consumidores não querem mais apenas comprar, como um ato isolado e pontual. Eles querem experienciar, evolver-se, engajar-se, interagir e pertencer.

Nesse contexto, estamos vendo emergir uma estratégia de marketing poderosa: as comunidades de marca, que acabam por oferecer às empresas uma maneira diferenciada de se conectar com seus consumidores em um nível mais profundo. Comunidades, tanto on-line quanto off-line, são uma tendência crescente, segundo a previsão de tendências para 2025 da WGSN, e estão se estabelecendo como um pilar fundamental nas estratégias de marketing para o futuro. Aliás, para o presente. 

Segundo Munis e Souza (2024), a comunidade de marca é um grupo de pessoas reunidas em torno de uma marca, produto ou serviço, construindo relações que ultrapassam as comerciais e chegam à esfera emocional. Comunidades ainda podem ser definidas como agrupamentos de pessoas que desenvolvem relações profundas e genuínas com determinado produto, serviço ou conceito da marca (Sebrae, s/d).

A construção dessas comunidades é muito mais do que o ato de criar um simples grupo de seguidores nas redes sociais; trata-se de cultivar um espaço em que os consumidores se sintam parte de algo maior do que a compra de um produto ou serviço.

No campo teórico, é importante lembrar a teoria do “Sentido de Comunidade” de McMillan e Chavis (1986), que oferece uma base para entender as dinâmicas das comunidades. Segundo os autores, uma comunidade verdadeira é composta por quatro pilares essenciais: pertencimento, influência mútua, atendimento às necessidades e conexão emocional. Esses pilares, quando aplicados ao marketing, significam que as marcas precisam criar ambientes em que os consumidores se sintam integrados, ouvidos e valorizados. O pertencimento, nesse caso, ocorre quando os consumidores se reconhecem como parte de algo mais significativo, que os conecta à marca e uns aos outros.

Godin (2013) usa o termo “tribos” e afirma que a comunidade vai muito além de um público. Para o autor, as pessoas querem fazer parte de algo significativo. Marcas que criam tribos não apenas vendem, mas constroem movimentos. Isso nos faz repensar a forma como consumidores e marcas se relacionam.

Características fundamentais das comunidades no marketing

  • Pertencimento: os membros de uma comunidade sentem que são parte de um grupo maior e mais significativo;
  • Influência mútua: existe uma troca constante entre os membros, com todos contribuindo e recebendo algo de volta. Os membros influenciam e são influenciados, pois têm voz. Isso é essencial numa comunidade;
  • Atendimento às necessidades: as marcas devem satisfazer as necessidades dos membros da comunidade, seja oferecendo conteúdo, entretenimento ou outros benefícios, dependendo dos objetivos definidos;
  • Conexão emocional: os laços emocionais entre os membros e a marca são essenciais para a fidelização e o engajamento. As histórias e experiências compartilhadas são a base para gerar identificação e criar laços.

No cenário contemporâneo de concorrência acirrada e opções praticamente infinitas para os consumidores, a construção de uma comunidade em torno de uma marca pode ser o diferencial que leva um negócio ao sucesso. Mas qual é a verdadeira importância das comunidades no contexto dos negócios?

As comunidades oferecem um nível de engajamento que vai além dos tradicionais likes e comentários nas redes sociais. Membros engajados de uma comunidade são mais propensos a se tornarem advogados da marca, promovendo-a espontaneamente, muitas vezes sem nenhum incentivo financeiro. Isso cria um efeito viral, em que o boca a boca digital é ampliado, gerando novos clientes a um custo reduzido.

Alguns estudos, como o Relatório “The State of Community Management 2024”, indicam que as empresas que integram comunidades como parte de sua estratégia de marketing têm um aumento médio de 20% nas vendas. Além disso, a fidelização dos clientes tende a melhorar em 15% com a criação de uma comunidade sólida e engajada. O simples fato de um consumidor se sentir parte de uma comunidade relacionada a uma marca pode gerar uma conexão emocional, resultando em um ciclo contínuo de compra e defesa da marca.

Além disso, o conceito de community-driven marketing (marketing orientado pela comunidade) está se tornando cada vez mais importante. Em vez de apenas empurrar produtos ou serviços, as marcas devem ouvir suas comunidades, adaptar-se às suas necessidades e responder às suas expectativas. Esse engajamento pode trazer um feedback valioso e em uma melhoria contínua dos produtos e serviços oferecidos.

O papel do marketing

A construção de uma comunidade não acontece por acaso e nem da noite para o dia. Marcas devem ser ativas e estratégicas na forma como engajam seus consumidores. O papel do marketing é essencial nesse processo, e as marcas devem se empenhar em criar espaços seguros e estimulantes onde os membros possam interagir, compartilhar experiências e criar laços emocionais com a marca e entre si. Munis e Souza (2024) trazem um passo-a-passo para a construção de comunidades que vai desde a definição do público até a seleção de canais e conteúdo adequado. Para as autoras, as pessoas não se engajarão e uma comunidade que não tenha um conteúdo relevante.

As comunidades de sucesso são construídas com base em autenticidade. Isso significa ser transparente sobre os valores da marca, os produtos e até as falhas. Marcas que não têm medo de mostrar quem são, com suas imperfeições e virtudes, conseguem gerar uma conexão emocional. Um exemplo muito claro disso é a comunidade da Harley Davidson. Os “harleyros”, como são conhecidos os apaixonados por motos da marca, não apenas compram um produto, mas um estilo de vida.

A criação de conteúdo relevante, como já mencionado, é fundamental para engajar uma comunidade; as marcas precisam oferecer conteúdo que vá além da promoção de produtos. A Nike, marca de esportes que tem fãs no mundo inteiro, faz isso muito bem. O conteúdo é educativo, inspirador e alinhado aos valores e interesses do público. Histórias, vídeos e posts da Nike geram identificação e são poderosos aliados nessa estratégia.

É preciso lembrar ainda que fomentar a participação ativa faz parte do processo. Em vez de se limitar a responder aos membros da comunidade, as marcas devem fomentar a participação, dando voz às pessoas. Isso pode ser feito por meio de eventos on-line, encorajamento à criação de conteúdo pelos membros, concursos ou enquetes.

Desafios e oportunidades

Embora a criação de uma comunidade seja extremamente benéfica, ela também apresenta desafios, especialmente para pequenos negócios. Esses desafios incluem restrição de recursos (financeiros e humanos), dificuldade em alcançar grandes audiências e falta de experiência em gestão de comunidades. Criar grupos em aplicativos, focar em nichos específicos e adaptar o conteúdo à realidade local podem ser caminhos facilitadores do processo.

Para ter acesso às referências desse texto clique aqui.

Autor

Foto do Colunista

Silmara Regina de Souza

Mestre em Administração, consultora pelo Sebrae SP. Palestrante, conteudista, especialista em marketing e comunicação digital. Entusiasta da produção de conteúdo e do uso estratégico das redes sociais como canais de relacionamento e comunicação.

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