Entrevistas

EUA x Brasil: como proteger os investimentos?

Especialista em previsão econômica analisa o cenário e faz recomendações a empresas e investidores

Entraram em vigor em agosto de 2025 as tarifas de 50% impostas sobre parte das exportações brasileiras para os Estados Unidos. A medida afeta 36% das mercadorias enviadas ao mercado estadunidense, entre elas, o café, as frutas e as carnes.

O economista-chefe da ADAM CAPITAL, Juliano Cecílio, prefere chamar a medida de sanção. Para ele, seu caráter é mais político do que comercial, e a intenção do presidente Donald Trump é fazer pressão geopolítica — estratégia já observada em seus mandatos anteriores, contra países como China e Irã.

A consequência para a economia brasileira é uma possível reacomodação das exportações e uma maior oferta interna desses produtos, o que pode conter a inflação no curto prazo, mas prejudicar a balança comercial e as empresas listadas na Bolsa mais para frente.

O que isso tudo significa para o cenário econômico mundial? Como o cidadão comum e as empresas do Brasil podem se proteger das eventuais turbulências que esse cenário pode causar? Para Cecílio, esse é um momento de muito risco para as empresas. “Pode haver, em caso de acirramento da disputa geopolítica, uma sanção ainda mais grave [em termos de investimento direto dos EUA no Brasil]”, diz. Seu conselho é adiar as decisões de investimento mais relevantes por enquanto. “Pelo menos até a eleição.”

Para quem tem alguma reserva financeira, ele indica alocar uma parte do dinheiro em ações americanas ou de outros países. “O brasileiro médio tem muito esse viés de só investir em coisas daqui, e o Brasil é um país muito imprevisível.” Clique abaixo e acompanhe o bate-papo de Juliano Cecílio com a apresentadora Soraia Fessel para ficar por dentro dos desdobramentos dessa história.