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Coluna

O mercado do iGaming e os influenciadores digitais

26 de março de 2025

5 min de leitura

Jogos de apostas e cassinos on-line têm atraído milhões de pessoas, impulsionando um tipo de publicidade pouco transparente

O mercado de iGaming, que engloba cassinos virtuais, apostas esportivas e jogos de azar on-line, vem crescendo exponencialmente nos últimos anos. Com isso, influenciadores digitais têm sido peças-chave na promoção desses jogos, levando o tema para o centro das discussões éticas e legais.

Em 2023, uma famosa casa de apostas on-line foi acusada de calote por não pagar os clientes que lucraram em seus jogos. Muitos influenciadores e celebridades que fizeram campanhas para essa casa foram cobrados a respeito de um posicionamento em relação à publicidade feita, já que não consideraram a reputação da marca.

A plataforma de jogos referida tem diversos problemas todos os dias. O usuário que ganha dinheiro enfrenta muitas dificuldades para sacar o prêmio. Muitos casos relatados na internet mencionam ganhos que nunca chegaram à conta, além de diversas situações em que o site trava na hora em que o jogador vai ganhar uma aposta.

No final de 2023, foi divulgada uma reportagem numa emissora de TV sobre uma rede de influenciadores e um esquema de apostas on-line, mais especificamente, sobre um game que funciona como um cassino on-line, uma espécie de caça-níquel.

Nesse jogo, o apostador precisa acertar uma combinação de três figuras iguais em três fileiras para poder receber dinheiro. O game se tornou um fenômeno nas redes sociais, e passou a fazer parte da publicidade dos influenciadores digitais.

Em 2024, vimos novos escândalos. Influenciadores digitais foram investigados por promoverem esquemas fraudulentos em jogos de azar on-line que não pagavam os prêmios prometidos. Isso levou a investigações por estelionato e à identificação de fraudes nas contas usadas pelos influenciadores para simular ganhos falsos.

Esses escândalos revelam os desafios enfrentados por um mercado que, embora seja lucrativo, é cercado de controvérsias e fraudes. O iGaming abrange uma série de atividades como apostas esportivas e cassinos on-line e tem atraído milhões de pessoas ao redor do mundo, inclusive no Brasil, o que gerou um aumento no número de influenciadores digitais interessados em participar da publicidade desses jogos — fato que faz crescer ainda mais a controvérsia em torno do tema.

O mercado de Igaming

A pandemia de COVID-19 também impulsionou o consumo desses jogos, reforçando a busca das pessoas, que tinham mais tempo livre, por entretenimento. O mercado do iGaming é um dos que mais crescem no ambiente digital no Brasil. Esse crescimento reflete um fenômeno global, com o Brasil ocupando a 5ª posição em número de apostas on-line, de acordo com o portal iGaming Brazil. Segundo pesquisa do Banco Central, nos oito primeiros meses de 2024, cerca de 24 milhões de pessoas físicas fizeram apostas e participaram de jogos de azar no país. Outro estudo, divulgado em 2024 pela GWI no portal iGaming Brazil, mostrou que a fatia da população brasileira que aposta em plataformas on-line é de 22%, contra 19% dos britânicos.

O crescimento dessa indústria deve-se também à facilidade de acesso à internet, à evolução tecnológica, à popularidade dos dispositivos móveis e à regulamentação dos jogos nas casas esportivas, conhecidas como bets. O iGaming é uma combinação de tecnologia, legislação e participação do jogador. O mercado é dominado por grandes operadores, e muitos atuam internacionalmente, isto é, suas plataformas estão registradas em outros países, já que no Brasil os cassinos são proibidos.

Segundo o Relatório Macro Visão, do Itaú, lançado em agosto de 2024, 0,22% do PIB brasileiro nos 12 meses anteriores foi destinado a apostas on-line — outro dado importante sobre o segmento. Porém, esse mercado é cheio de controvérsias e desafios relacionados à publicidade, à segurança digital e a questões éticas. No âmbito da propaganda, o que vimos nos últimos dois anos foi um crescimento inegável das famosas “publis” feitas por influenciadores digitais, que recebem quantias consideráveis para promover jogos eletrônicos.

É importante ressaltar que existe uma diferença entre as bets e os jogos de azar on-line. As bets são apostas esportivas baseadas em eventos reais, como jogos de futebol, basquete etc. Elas envolvem um elemento de habilidade, como conhecimento sobre equipes e jogadores. São regulamentadas no Brasil desde 2018. Em 2025 foi liberada a atuação de casas de apostas on-line que têm sede no Brasil, estimulando o crescimento dos jogos esportivos on-line.

Já os jogos de azar on-line, como caça-níqueis, roleta e blackjack, dependem exclusivamente da sorte. Não há elementos de habilidade que possam influenciar significativamente o resultado. Esses jogos são realizados em plataformas virtuais controladas pelas operadoras, com algoritmos que determinam os resultados. E não há uma regulamentação oficial no país para eles.

Em 2023, em resposta ao crescimento desse mercado, foi apresentado o projeto de lei 3.915/23, que visa proibir influenciadores digitais e artistas de promoverem casas de apostas não regulamentadas. A justificativa é proteger o público contra riscos financeiros e à saúde mental.

É relevante lembrar ainda que existe um guia, publicado pelo Conar (Conselho Nacional de Autorregulação Publicitária) em 2024, que elenca as regras para a publicidade de apostas esportivas e de jogos de azar on-line.

Desinfluência e responsabilidade ética

A promoção dos serviços do mercado de iGaming por parte dos influenciadores não tem sido transparente nem ética. Eles aparecem divulgando jogos como se o dinheiro ganho por eles viesse das apostas, e não da publicidade feita. Muitos desses influenciadores ostentam vidas luxuosas, viagens, roupas caras, jóias, criando uma ideia de que essa riqueza veio de ganhos com as apostas on-line.

Como em qualquer jogo de azar, a possibilidade que o usuário tem de perder é maior do que aquela que ele tem de ganhar. Porém, a maioria dos influenciadores dificilmente aborda os perigos e as consequências negativas desses jogos.

A maioria das mensagens é criada em torno da promessa de ganhar dinheiro fácil. E muitos desses influenciadores divulgam os games como uma oportunidade de renda extra. Assim, em conteúdos criados para promover essas empresas, não se fala sobre a possibilidade de perder e nem sobre a facilidade de o jogo se tornar um vício (ludopatia), quando as apostas se transformam em doenças. Isso se agrava quando o influenciador possui uma audiência formada predominantemente por pessoas jovens, que é o perfil mais frequente em apostas on-line, segundo dados revelados pelo Datafolha: 30% dos jovens de 16 a 24 anos relataram já ter feito alguma aposta pela internet.

Muitas pessoas que frequentam as redes sociais estão desempregadas ou querem ter uma segunda fonte de renda. O jogo on-line acaba se tornando uma promessa tentadora de ganho fácil, e isso minimiza não apenas os riscos de dependência, mas também a probabilidade (sempre muito grande) de cair em golpes.

A disseminação desses esquemas nas redes sociais demanda uma atitude mais crítica e consciente por parte dos consumidores. O desejo de enriquecimento rápido e a influência de figuras famosas podem levar muitas pessoas a tomar decisões financeiras precipitadas e arriscadas. A educação e a conscientização no ambiente digital sobre os riscos de apostas e investimentos são fundamentais para proteger os consumidores e combater práticas ilegais.

Para ter acesso às referências desse texto clique aqui.

Autor

Foto do Colunista

Silmara Regina de Souza

Mestre em Administração, consultora pelo Sebrae SP. Palestrante, conteudista, especialista em marketing e comunicação digital. Entusiasta da produção de conteúdo e do uso estratégico das redes sociais como canais de relacionamento e comunicação.

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